Suas lágrimas causavam uma tempestade lá em baixo.
Ele cansara de ser monstro. Queria ser gente, animal,
coisa... Menos monstro, porque monstros têm o terrível destino da solidão.
Seus pulmões ainda estavam cheios pela mágoa, a chuva
duraria uma eternidade.
Ele não queria ser monstro, nunca quis. Não fora ele quem
escolhera esta vida.
Por ser diferente, por ser ele mesmo, era monstro. Mas não
conseguiria ser como os outros seres humanos, já tentara e seu coração malvado
de monstro doera.
Seu coração ruim desejava o bem dos outros, sonhava que ao
menos suas lágrimas causadas pela tristeza pudessem servir de ajuda à
humanidade. Mas que horrível ele era, se importar com quem não se importava com
nada, não é mesmo?
O monstro, que carregava o sonho de ser amado, de poder amar
e distribuir carinho, não foi aceito. Teria que ser monstro para sempre porque
não conseguia abandonar suas idéias terríveis de salvar o mundo.
O monstro se calou. Seu choro foi interrompido quando resolveu
se jogar da montanha e assim, nasceu o oceano. Mas o que o monstro não sabia, é
que longe havia outros monstros. Monstros que partiram causando os desertos
pela falta de suas lágrimas de lamentação e monstros que se juntaram para transformar
humanos em monstros e assim, tentar transformar o mundo em um lugar
terrivelmente lindo.
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