Ele acordava todas
as manhãs para podar as rosas e colhia a mais perfeita delas, para
alguém que sabia que um dia encontraria.
Guardava-as mesmo
sabendo que não durariam, mas acreditava que mesmo murchas, sua
esperança as eternizariam.
Ele era jovem, um
sonhador. Sonhava alto, mas não ambicioso. Sonhava com o amor.
Um dia, uma bela
moça para ele sorriu, fazendo seu coração palpitar três vezes
acelerado.
“Finalmente!” –
Ele pensou. Finalmente teria a quem entregar as suas rosas.
E essa bela moça
também sonhava alto, mas digamos que seus sonhos peculiares eram um
tanto extravagantes. Jurou que o dono das rosas seria dono também de
seu amor, se a mais brilhante e alta estrela do céu ele buscasse e,
em uma caixa de âmbar cristalizado, a entregasse.
Ele mandou construir
a maior escada e tentou subir na mais alta montanha que conhecia, mas
tudo que conseguiu foi o fracasso.
O dono das rosas,
revoltado, desejou que as estrelas caíssem do céu para ter sua
amada enfim, mas não percebeu que seu amor cego havia mudado seus
sonhos, tornando-o um homem de sonhos breves e ambiciosos.
As estrelas do céu
caíram apagadas e sem brilho. Sua amada não as quis.
Ele chorou um dia
para cada rosa que guardou e ganhou um pedido que usou para recolocar
as estrelas no lugar.
Assim que todas elas
voltaram a brilhar, ele conheceu uma colecionadora de rosas que
acreditava no amor. Seu coração palpitou outras três vezes e ele
continua a sonhar até hoje, mas dessa vez, ao lado da moça que o
faz feliz, dona de suas novas rosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário